PERFIL: Belchior – Um rapaz latinoamericano sem dinheiro bolso

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A morte do cantor Belchior no dia 30 de abril fez refletir a mente dos apaixonados por música. Afinal, por quanto tempo nossos ídolos – tantas vezes esquecidos – irão ainda pisar na mesma Terra que nós? A história de Belchior é mais uma de um artista que colheu frutos, encheu os olhos de multidões, mas que no fim passou trabalho em nome de sua arte.

 

Um homem simples, que vivia pela música e pela paixão (sinônimos para Antônio Carlos Belchior). Nascido em Sobral, no ano de 1946, o cantor que se desesperava, infelizmente nos deixou no ano de 2017. Suas músicas de melodia suave e letras fortes marcaram uma geração, e agora retumbam aos ouvidos da nova geração que se enxerga muito mais pertencente à Sudamérica do que ao colonialismo moderno a qual a América do Norte bombardeia os países do Sul e Centro.

 

O orgulho Latino refletido nas músicas

 

Alucinação, de 1976, é considerado um dos maiores, melhores e mais significativos álbuns já produzidos pela MPB, segundo inúmeros críticos e especialistas. A voz vivaz, a letra lírica e a melodia macia. Belchior tinha dessas e provocava suspiros, reflexão e sentimento de luta em quem o ouvia com a mente aberta e o coração pulsante.

 

Com seu bigode característico, Belchior foi um nome gigantesco da música brasileira. Continua sendo, à propóstito. Afinal a palo seco, ainda retumbam suas melodias enquanto nós, ainda mortais, seguimos cheios de sonho, de sangue e de América do Sul. Numa letra característica, num louco destino, um tango argentino, lhe caía melhor que um Blues.

 

O amor pelo continente o movia. Suas letras diziam isso. Não à toa foi cantada, recantada e, desde 1973, ele segue descontente, e desesperadamente, grita em Português: eu sou apenas um rapaz Latino-Americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Esse era Belchior.

 

Homem vivido, eterno e musical por natureza. Com uma vida melódica. Desde o suposto desaparecimento no Uruguai, em 2009, às andanças pelo Brasil vivendo na casa de fãs. Sua produção o guiou, sustentou e o fez monumental; eterno. Que o bigode não seja raspado, os olhos não se fechem, pois o som que ainda escuto, faz sentir que o gênio de Sobral ainda reside entre nós.

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