Banda de Música de Quixadá Ainda em Risco

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Recebemos, de um dos integrantes da Banda de Música de Quixadá, uma cópia de uma declaração para a abertura de conta na Caixa Econônima Federal onde consta o valor de R$400,00 para o cargo de “Músico – Estágio“, também uma copia de um Recibo de Pagamento de Salário onde o valor de R$400 também pode ser observado.

Como noticiamos em “Banda de Música de Quixadá em Risco”, segundo o relato dos músicos, essa atitude do Prefeito Ilário Marques é ilegal, pois, segundo a Lei Municipal 1.465 de 21 de Agosto de 1992, em seu artigo 2, “O bolsista terá, como forma de estímulo, uma ajuda mensal da ordem de meio salário mínimo nacional“, ou seja, em dias atuais, R$ 468,50. “Ou era isso ou nem recebíamos. A urgência da secretaria foi tanta, que quem não conseguiu ir ao banco a tempo, não teve como receber naquele mês e ficou com o mês perdido”, nos relatou um dos integrantes do grupo.

Os músicos também nos relataram que essa alteração no valor foi impositiva. “Todos foram praticamente obrigados a assinar e aceitar isso”. “Segundo a justificativa do Prefeito, em uma conversa com alguns bolsistas da Banda de Quixadá, por lei, o valor pago tinha ser pago esse” (de R$ 400,00).

O Prefeito, quando perguntado por um dos ouvintes do programa Quixadá em Destaque, da Rádio Cultura FM 102.1, “que história é essa de que o prefeito vai acabar com a Banda de Música do Município?”, responde:

“Não tem o menor cabimento. A Banda de Música de Quixadá é um patrimônio cultural do município e dever ser tombado pelo Patrimônio Cultural e Histórico de Quixadá. (…) Eu estou querendo evoluir. Estou trabalhando um projeto para, ao lado da Banda de Música, que na verdade é uma escola de Música, nós criarmos uma Orquestra Sinfônica. Algo Maior. Esse projeto está sendo feito, não sou especialista nisso. Mas temos o desejo de que a gente possa evoluir para a Banda de Música ser, inclusive, uma etapa daqueles que vão progredir num aperfeiçoamento da sua produção musical indo para uma orquestra. Então é nisso que estamos pensando. Então não tem o menor cabimento esse tipo de boato. É mais um Fake News.”

Essa resposta do prefeito é genérica, que foge dos problemas reais enfrentados pela Banda de Música e que promete a criação de algo maior que, pelo que analisamos dos problemas atuais, será mais um grande problema.

A criação de uma orquestra não precisa estar atrelada à uma Banda de Música, dado que, uma orquestra também é um conjunto instrumental e os músicos que lá tocam também precisam ser iniciados nos instrumentos de cordas. Instrumentos esses que também precisam de constante manutenção, que sofrerão com o clima de Quixadá, assim precisarão ser trocados periodicamente e que têm um grau de dificuldade de aprendizado maior e por isso levarão mais tempo para a formação de músicos aptos a tocar. Há também a questão das bolsas de incentivo. Já que a banda “recebe”, a orquestra também deveria receber. Assim, se constituindo em mais um gasto elevado, uma vez que uma orquestra sinfônica precisa ter, pelo menos, 60 músicos.

Se o prefeito realmente quer valorizar a Música em Quixadá deveria começar valorizando a Banda de Música Municipal Mestre Nabor Crebillon de Sousa, regularizando o valor das Bolsas de Incentivo, que foram criadas pela Lei Municipal 1465 de 21 de Agosto de 1992, provendo reparo e manutenção aos instrumentos de 1968, comprando um novo instrumental para o grupo e, segundo o que ele mesmo sugere, tombar a Banda de Música como pelo Patrimônio Cultural e Histórico de Quixadá.

Até o momento, nem a Prefeitura Municipal de Quixadá, nem o Prefeito se manifestaram sobre as questões que levantamos.

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Matéria escrita por Welligton Sousa (Pindoretama-CE)

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